08 outubro 2003

Estórias com mural ao fundo - VII: O género da coisa

A(s) ciência(s) ainda não chegou(aram) a um resultado conclusivo e definitivo sobre esta questão (que, aliás, está longe de ser bizantina, como alguns pensam). Há um lote de gente onde eu me incluo, que diz que (i) o género, neste caso, depende mais da percepção do utilizador; ou que (ii) o género, contrariamente ao sexo, é sempre algo socialmente construído.



Há muitos gajos a pensar que @ gaj@ é fêmea... E muitas gajas a pensar que @ gaj@, afinal, é macho... Ou até que dá para os dois lados. Limitemo-nos às duas teses principais. Outros contributos serão (sempre) bem vindos dentro do princípio elementar do ciber-humor com ciber-humor se paga...



Argumentos a favor da tese de que o computador é fêmea:



(i) O do teu amigo ou do teu vizinho é sempre melhor do que o teu.



(ii) Assim que se arranja um, logo aparece outro, melhor e mais barato, na loja da esquina.



(iii) Assim que optas por um, qualquer que seja a marca e o modelo, logo estás a gastar tudo o que ganhas com acessórios e outros adereços para ele.



(iv) Ninguém, além do seu criador, é capaz de entender a sua lógica interna.



(v) Tem uma memória de elefante e é rancoroso: Mesmo os mais pequenos erros que comete são guardados na memória para futuras referências e para te cobrar juros.



(vi) A linguagem nativa usada na comunicação entre os computadores é

incompreensível para qualquer outra espécie à flor da terra.



(vii) A mensagem bad command or file name é tão informativa como quando a tua mulher dize se não sabes porque estou com raiva não sou eu quem te vai explicar !!!



(viii) Last but not the least, o computador do ponto de vista anatómico e fisiológico não pode enganar ninguém: afinal até possui hímen e útero (em inglês, mother board) !!!



Argumentos a favor da tese de que o computador é macho:



(ix) Armazena uma porrada de informação mas não sabe o que fazer com ela sozinho.



(x) Processa informações com muita rapidez, mas não pensa.



(xi) Se lá meteres merda, sai merda (tradução literal do calão informático garbage in, garbage out.



(xii) É incapaz de se lembrar do teu dia de anos, a menos que tu o avises por escrito com antecedência.



(xiii) Tens de o ligar à corrente, se queres que ele te dê algum atenção.



(xiv) Bloqueia ou vai-se abaixo quando tu estás em ponto de rebuçado ou viajas na auto-estrada da informação com o ponteiro no vermelho.



(xv) É sexualmente promíscuo e com ele tens de adoptar comportamentos (v.g., usar preservativo, em calão informático firewall).



(xvi) Tem uma mente pornográfica e é voyeurista.



(xvii) Last but not the least, é suposto resolver-te problemas mas metade do tempo ele é que constitui o problema...



Moral: Não tem nehuma (eu pelo menos não enxergo)

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